A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Uma campanha contra a fome

Por Lucila Cano


A fome é um problema mundial. No momento, ela assola os países do Nordeste da África, uma região conhecida como Chifre da África. Lá, a população é vítima da seca - um fenômeno da natureza -, e do homem -, um fenômeno de irracionalidade.
A seca ocorre com frequência na região, embora essa última seja considerada a mais severa de todos os tempos. O homem parece perpetuar a sua irracionalidade e, na Somália em particular, protagoniza um conflito interno que se arrasta há 20 anos.
Organizações humanitárias são proibidas pelos grupos em guerra de levar alimentos e assistência médica aos necessitados. Mas, a despeito da precariedade, o trabalho dessas organizações continua. Longe desse campo de batalha, elas também se movimentam para conscientizar o resto do mundo das suas responsabilidades para com um planeta habitável.
 44 milhões de novos pobres

Criada em 1942 na Inglaterra, a Oxfam organizou-se durante a Segunda Guerra Mundial para levar alimentos a mulheres e crianças famintas na Grécia ocupada por inimigos. Em 1995, constituiu-se internacionalmente. Reuniu um grupo de ONGs independentes que, juntas, combatem a miséria e a injustiça. Em maio passado, lançou a campanha “Cresça: Comida. Justiça. Planeta” em 37 países.
Segundo a ONG, há aproximadamente um bilhão de pessoas passando fome todos os dias, enquanto padrões de consumo e de produção não sustentáveis desafiam os limites ecológicos do planeta. Por isso, a campanha “Cresça” faz um chamado a governos, empresas e cidadãos para que todos discutam o sistema de produção, distribuição e consumo de alimentos no mundo. O objetivo é garantir alimento para todos no futuro, sem que haja um esgotamento dos recursos naturais.
Como parte integrante da campanha, o relatório “Crescendo para um futuro melhor: justiça alimentar em um mundo de recursos limitados” adverte para os sinais da crise alimentar mundial: altas aceleradas nos preços dos alimentos e crescimento exacerbado dos preços do petróleo; disputas por terras férteis e água; mudança climática progressiva e traiçoeira.
A Oxfam calcula que a alta dos preços dos alimentos em 2008 levou 100 milhões de pessoas para a condição de pobreza e que o mesmo ocorre em 2011, com mais de 44 milhões de novos pobres até agora. Prevê, ainda, que até 2050 haverá nove bilhões de pessoas no planeta e que a demanda por alimento aumentará 70%.
De acordo com o relatório, estudos indicam que o preço dos alimentos da cesta básica, como o milho, irá mais que duplicar nos 20 anos vindouros e metade desse aumento será em decorrência da mudança climática.

Agenda 2011

A Oxfam afirma que o total de grãos necessários para abastecer com biocombustível o tanque de um utilitário seria suficiente para alimentar uma pessoa durante um ano inteiro. E condena certas empresas: as de transporte marítimo, que cobram taxa extra por frete de emergência para ajuda alimentar; as de agronegócios, que regulam o mercado; e as “sujas”, que continuam lançando gases de efeito estufa na atmosfera.
Até o final deste ano a organização deve levar ao G20 suas propostas de uma nova governança global, de um novo futuro ecológico e de um novo desenvolvimento agrícola.
Também deve atuar junto aos negociadores que se reunirão em Durban, na África do Sul, no final de 2011, para discutir o fundo para o clima global.
Ela ainda espera influir na reunião do Comitê sobre Segurança Alimentar Mundial, a se realizar em outubro, para a regulamentação de aquisições de terra em larga escala, para que populações em situação de pobreza tenham acesso seguro a recursos naturais.
A Oxfam conta com redes de cidadãos, consumidores, produtores, comunidades, movimentos sociais e organizações da sociedade civil para exigir mudanças dos governos e das empresas.
Em uma dessas manifestações, a campanha “Cresça” ganhou vídeos de apoio do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, do arcebispo Desmond Tutu e da atriz Scarlett Johansson, embaixadora mundial da Oxfam.

Créditos: http://educacao.uol.com.br/colunas/lucila/2011/09/09/uma-campanha-contra-a-fome.jhtm

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