Por Içami Tiba
Houve um tempo, há algumas décadas, que o comportamento do aluno era tão avaliado quanto o seu aprendizado. Se um aluno estivesse quieto, calado, não se mexesse muito, não perturbasse em nada a aula, nem sequer perguntasse uma dúvida que tivesse, pronto: nota máxima em comportamento. Por esta nota os pais, que tinham que assinar o boletim, sabiam se o seu filho fez bagunça ou não na sala de aula.
Assim, quem estivesse tímido, com graves problemas psicológicos como isolamento, mutismo, séria dificuldade de relacionamento, considerável baixa na auto-estima a ponto de julgar-se incompetente para participar da aula etc. poderia receber uma boa nota de comportamento.
Era a época em que reinava o ensino autoritário, quando as regras escolares estavam acima de qualquer aluno, o dever estava muito distante do prazer, do lúdico, da alegria de viver. É deste período que os professores cometiam atos hoje considerados abusos de poder e até mesmo de bullying, como taxar o aluno de burro, fazer o aluno “ajoelhar no milho” etc.
Felizmente estas avaliações de comportamento acabaram, o ensino humanizou e o aluno adquiriu seus direitos de manifestação.
Como toda água que se represa, quando se solta inunda descontroladamente tudo por onde passa, e não irriga somente o que precisa; o comportamento dos alunos também “detonou” com tudo o que encontrou pela frente como liberdade de expressão, limites, regras e educação.
Os alunos ficaram como que viciados pela agitação e vontades próprias. Quando não fazem o que querem e não se agitam, começam a sofrer um tipo de abstinência ficando irritados, aborrecidos, desrespeitosos, agressivos, tumultuadores etc.
Hoje até parece que os alunos que desejam aprender estão na contra mão da maioria, assim como comportar-se em aula sem incomodar outras pessoas e até mesmo praticar a educação mais adequada e saudável .
O que seria esperado de um aluno para ser considerado adequado é a educação relacional, com as palavras mágicas: com licença, desculpe, por favor, obrigado.
Uma sala de aula seria muito melhor se os alunos fossem mais educados - principalmente na civilidade. Ninguém no mundo gostaria de conviver com pessoas mal educadas, muito menos professores que precisam despertar nos alunos uma vontade de estudar, quando eles só gostariam de fazer o que quisessem, avessos às obrigações e responsabilidades que são.
Mas esses mesmos alunos mal educados tornam-se altamente estimulados e cheios de vontades de aprender quando os assuntos lhes interessam, surpreendendo até quem deles nada espera.
Portanto o segredo para se conseguir o interesse dos alunos e assim um “aluno bonzinho” é o professor: primeiro ouvir quais os interesses mais comuns que eles manifestam e, segundo: incluir a sua matéria neles ou o inverso, ilustrar ou embasar as aulas com os interesses deles. Sabendo que a paciência deles é cada vez mais facilmente esgotável, o professor deve alimentá-la fornecendo feedbacks a cada intervenção que o aluno fizer. Assim as manifestações dos alunos deixam de ser intrusivas e passam a pertencer ao relacionamento professor-aluno.
Exigir dos pais que os alunos já cheguem educados à Escola é bem pior e mais difícil de obter resultados positivos do que transformá-los em parceiros da educação dos filhos deles.
Créditos: http://educacao.uol.com.br/colunas/icami_tiba/2011/07/26/alunos-bonzinhos.jhtm
A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Marcadores
- Abave (1)
- ABGLT (1)
- ADE (1)
- Agressão Fisíca (1)
- Alemanha (1)
- Aluizio Mercadante (7)
- Alunos (1)
- Analfabetismo Funcional (1)
- Analfabetos (2)
- Andifes (2)
- Anped (1)
- Apaesp (1)
- Apeosp (2)
- Atividade Complementar (1)
- Atividades Extracurriculares (1)
- Augusto Pinochet (1)
- Auxílio Transporte (1)
- Avaliação (1)
- Bahia (1)
- Beslas-Artes (1)
- Blog (1)
- Bolívia (1)
- Bolsa Família (2)
- Bônus (3)
- Bullying (2)
- Bullying Virtual (1)
- Camâra dos Deputados (1)
- Campus Party (1)
- Capes (1)
- CCJ (1)
- CDED (1)
- Censo da Educação Superior (1)
- Censo Escolar (2)
- Cespe/Cesgranrio (2)
- Chile (1)
- Ciência sem Fronteiras (1)
- Citi (1)
- CNE (5)
- Computador (2)
- Concurso (1)
- Congresso Nacional (1)
- Conif (1)
- Conselho de Segurança (1)
- Coréia do Sul (1)
- Corrupção (1)
- Cultura (1)
- Cultura Afro-Brasileira (1)
- Currículo (3)
- Cursinho (1)
- Curso de Extensão (2)
- Cursos Livres (1)
- Cursos Online (1)
- Cyberbullying (1)
- Defensoria Pública da União (1)
- Diário Oficial da União (1)
- Didática (12)
- Dilma Rousseff (1)
- Diretos Humanos (1)
- Diretrizes Curriculares (4)
- Ditadura (1)
- Doutorado (1)
- Ead (2)
- Educação (8)
- Educação Básica (4)
- Educação em Tempo Integral (1)
- Educação Financeira (1)
- Educação Infantil (1)
- Educação no Campo (1)
- Educação no Exterior (3)
- Educação Segmentada (1)
- Educacenso (1)
- EJA (1)
- Enade (2)
- Encceja (1)
- Enem (11)
- Ensino de Arte (1)
- Ensino de História (1)
- Ensino Fundamental (15)
- Ensino Médio (17)
- Ensino Superior (13)
- Ensino Técnico (1)
- Escola Particular (2)
- Escola Pública (1)
- Estudante (1)
- Evasão (1)
- Evo Morales (1)
- Excelência (1)
- Faap (1)
- Facebook (5)
- Faced (1)
- Facet (1)
- Faculdade Maurício de Nassau (1)
- Fama (1)
- Famene (1)
- Fapeg (1)
- Fapemig (1)
- Fernando Haddad (4)
- Fies (3)
- FNDE (3)
- Frequência Escolar (1)
- Fundeb (1)
- Geisy Arruda (1)
- Gilberto Kassab (1)
- Gratificação (1)
- Greve (2)
- Homofobia (1)
- HQs (1)
- IBGE (2)
- Ideb (3)
- Iesi (1)
- Imposto de Renda (1)
- Indenização (2)
- Índice de Qualidade da Educação (1)
- Inep (7)
- Inflação (3)
- Iniciação Cientifíca Junior (1)
- Instituto de Qualidade de Ensino (1)
- Intercâmbio (1)
- Ipea (2)
- Isenção (1)
- Jornada de Trabalho (2)
- LDB (2)
- Lei Nacional do Piso do Magistério (3)
- Leitura (2)
- Liberdade de Expressão (1)
- Livros (3)
- Luiz Cláudio Costa (3)
- Malvina Tuttman (1)
- Material Didático (1)
- Material Escolar (3)
- Matricula (1)
- Memória (1)
- Mensalidade (1)
- Mercado de Trabalho (1)
- Mestrado (1)
- Ministério da Educação (29)
- Ministério do Planejamento (1)
- Ministério Público (2)
- MIT (1)
- Movimento Estudantil (1)
- Música (1)
- Niied (1)
- Nordeste (1)
- OCW (1)
- ONU (1)
- Orkut (1)
- Pais (1)
- Paraíba (1)
- PDE (1)
- Pedagogia (10)
- Pedagogia Social (1)
- Pesquisas (2)
- PIB (3)
- Pisa (3)
- Piso Salarial (4)
- Plano de Lei do Senado (1)
- PNE (4)
- Polícia (1)
- Política (3)
- Pós-Doutorado (1)
- Pós-Graduação (1)
- Positivo (1)
- Pré-Escola (1)
- Prefeitura de São Paulo (1)
- Processo (1)
- Procon (4)
- Professor (8)
- Pronatec (2)
- Prouca (1)
- Prouni (9)
- PSDB (1)
- Psicologia (2)
- PUC (1)
- Quadrinhos (2)
- Qualificação Profissional (1)
- Reclamação (2)
- Rede Pública (1)
- Rede Social (1)
- Redes Sociais (2)
- Reforma Educativa (1)
- Responsabilidade Social (1)
- Reuni (2)
- Ruben Klein (1)
- SAEB (2)
- Salvador Allende (1)
- São Paulo (2)
- Saúde (1)
- Secretária Educação Goiás (1)
- Seeduc (1)
- Senado (1)
- Sisu (2)
- Sociedade Unificada Paulista de Ensino Renovado (1)
- STF (1)
- Suicídio (1)
- Tablets (2)
- Taxa de Matrícula (1)
- Taxa de Vestibular (1)
- Terceira Idade (1)
- TI (9)
- Todos Pela Educação (3)
- Tumblr (1)
- Twitter (3)
- UAB (1)
- UCA (3)
- Uerj (1)
- UFC (2)
- UFMG (1)
- UFMT (1)
- UFPE (1)
- UFPR (2)
- Ufrj (1)
- UFV (1)
- UnATI (1)
- Undime (1)
- Unesp (2)
- União Européia (1)
- Uniban (2)
- Unicastelo (1)
- Unifesp (1)
- Uniforme Escolar (1)
- Unirio (1)
- Unisant'Anna (1)
- Unisinos (1)
- Universidade São Marcos (2)
- Uppes (1)
- USP (4)
- Vestibular (1)
- Volta às Aulas (1)
- Youtube (2)
Nenhum comentário:
Postar um comentário