A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Bullying no Brasil – O Problema é de Quem?

O bullying é um termo inglês, que significa intimidação. Esse fenômeno de intimidação encontra-se mais disseminado do que podemos imaginar, mas afinal o que é bullying? Bullying é “Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.”¹,  e é maior entre crianças e adolescentes que estão no período de ensino fundamental, ou para melhor exemplificar, de 1º a 9º anos.
Este tema é um dos mais discutidos do mundo hoje, pois ele desperta interesse em várias áreas do conhecimento: psicologia, educação, direito, sociologia, entre outras. Os profissionais procuram evidenciar o que leva um individuo a agir de forma tão cruel e deliberada contra uma pessoa igual a ele. Porém para se definir se uma agressão feita dentro da escola ou pela internet (Cyberbullying) é de fato bullying ou apenas uma agressão moral ou física, é necessário verificar algumas características especificas, que são:
·        Violência entre pares, ridicularização, indiferença – trata-se de um tipo de violência entre pares onde não há desnível de poder ou de autoridade entre os que participam;
·        Repetição – a criança ou adolescente agredido, sempre sofre essas agre “brincadeiras” em todos os lugares; ônibus, ruas, saída da escola, praça, etc. Até pela internet há essa violência;
·        Os autores do bullying sabem como escolher seus alvos. Eles escolhem aqueles que psicologicamente parecem concordar com a imagem que os seus agressores querem fazer deles;
·        Também não há bullying sem que haja platéia. Mesmo que não diretamente na hora do fato, mas logo após os agressores divulgam vídeos e fotos da agressão para demonstrarem que são os maiorais.

Não se existe uma formula mágica de combater o bullying, mas algumas atitudes por parte da direção da escola e dos professores, podem ajudar a diminuir estes incidentes:
* A escola deve adequar-se para valorizar a diversidade;
* Palestras para esclarecimento do assunto e suas conseqüências;
* A escola de agir como facilitador entre pais, alunos agredidos e agressores, no que concerne a encaminhar os mesmos para a resolução dos problemas;
* Não omissão dos professores, diretores, e funcionários da instituição de ensino;
* Entre outros.

O Bullying nas escolas brasileiras

No Brasil, foi com Fante (2005) que tivemos as primeiras idéias de como era esse problema em nossas escolas e quais eram suas conseqüências para o cotidiano das mesmas.
De acordo com pesquisa realizada por TOGNETTA e VINHA no ano de 2004, segue-se alguns dados da região de Campinas: os resultados foram alarmantes, a pesquisa trabalhou com alunos do 6º ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas. No resultado foi possível notar que cerca de 27% dos alunos participantes (210 alunos no total) disseram já terem agredido alguém na escola, seja verbalmente ou fisicamente. E quando perguntados se já sofreram bullying o resultado é desesperador, cerca de 60% disseram que já sofreram.
É notável que as escolas venham tentando qualificar seus profissionais para lhe darem melhor com esse fenômeno que se torna cada dia mais um problema de saúde pública (em Portugal palestras sobre o tema já estão sendo ministradas juntamente com o Ministério da Saúde). Porém a mídia tende a banalizar o tema em determinados momentos, o que dificulta um pouco e trata de forma equivocada o assunto. O que pode gerar ainda mais ocorrências de bullying. Um exemplo dessa banalização, foram todas as matérias veiculadas na mídia, sobre o “Massacre de Realengo”, onde todos diziam que o autor da tragédia foi vitima de bullying naquela escola quando era mais jovem e estudava lá.  
Mas de quem é culpa?

É evidente para todos que o bullying é um problema de todos. Mas quem é o principal culpado por toda essa violência sem motivos? Logicamente estamos diante de uma das facetas da violência nas escolas, problema desencadeado desde longo tempo em nosso país. Onde famílias desestruturadas, deixam seus filhos a mercê de bandidos e traficantes nas ruas e subúrbios das cidades. Onde crianças passam fome, e vêm seus pais se separarem ou se matarem por motivos fúteis. Além de o poder público, não honrar com suas tarefas de lazer, saúde, segurança e educação de qualidade, entre outras coisas.
 Por isso é necessário dizer que todos nós independente de qualquer coisa, temos que nos voltar para esse problema que está evidente em todas as escolas do Brasil e do mundo. Devemos unir forças com psicólogos, pessoas do direito, médicos, serviço social, entre outros, pois como vimos este não é um problema que é resultado apenas de mal comportamento na escola, e sim um problema que está intrínseco nessas crianças e adolescentes por conta da sociedade onde eles estão.

Referência:
TOGNETTA,L.R.P; VINHA, T.P. Bullying e intervenção no Brasil: um problema ainda sem solução (2010). In: Actas do 8º. Congresso Nacional de Psicologia da Saúde: Saúde, Sexualidade e gênero.  ISPA – Instituto Universitário. Lisboa, Portugal.  Anais eletrônicos.  ISBN 978-972-8400-97-2
FANTE, Cléo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Verus editora. Campinas, 2005
 

Artigo de opinião escrito pelo aluno do Curso de Graduação em Licenciatura em História, da Faculdade Barretos, HASSAN MARRA JORGE, para obtenção de nota no interdisciplinar do 
1º Semestre de 2011 

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