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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Argentina: acesso a preservativos para crianças de 11 anos nas escolas gera polêmica

Um projeto de educação sexual que prevê a entrega de preservativos a alunos do Ensino Fundamental na cidade de Buenos Aires gerou polêmica na Argentina.

A autora do projeto - "Acessibilidade dos Preservativos no Âmbito Escolar" - é a deputada portenha kirchnerista María José Lubertino, ex-diretora do Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo.
O objetivo do programa é que "os preservativos estejam acessível nos lugares onde os jovens estejam, que tenha uma caixa com preservativos em algum lugar da escola, sem nenhum tipo de obrigatoriedade, mas que alguém possa pegar um sem ser julgado, sem ser mal visto", justificou María José Lubertino.

A deputada propõe que as camisinhas estejam disponíveis entre os estudantes a partir do sexto ano do Ensino Fundamental, série em que os alunos geralmente têm onze anos. Segundo ela, a iniciativa é necessária "porque uma pesquisa da cidade indica que a iniciação sexual dos adolescentes acontece cada vez mais cedo e temos gravidez na adolescência desde os doze anos". O número, disse María Lubertino, triplicou desde 2007.
O preservativo estaria acompanhado de um folheto instrutivo sobre como usar e como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis, além da gravidez indesejada.

Na Argentina, já há uma lei que estabelece a gratuidade da distribuição de anticoncepcionais em centros de saúde e hospitais públicos. María alega que "em geral, os adolescentes não se aproximam desses locais", disse em entrevista ao jornal local Página 12.
A deputada argumenta ainda que há jovens que falam mais com as professoras do que com sua família.
A proposta da deputada foi criticada por especialistas que acreditam que a medida não ajudaria a prevenir doenças ou gravidez indesejada.
Beatriz Goldberg, psicóloga argentina especializada em adolescentes, disse ao site de notícias Infobae que o simples fato de distribuir preservativos e folhetos não vai resolver o problema. Segundo Beatriz, a iniciativa vai "abrir uma porta para ' brincar', mas sem antes instruir".
Já a diretora do Hospital Álvarez, de Buenos Aires, Diana Galimberti, acredita que a medida deveria ser aplicada apenas para jovens com mais de 15 anos. Para os mais novos, deveria haver mais aulas de educação sexual.
A ginecologista Sandra Vázquez, coordenadora do Serviço de Adolescência do Hospital Argerich, de Buenos Aires, é contra a medida também: "Estou convencida de que o fato de não usarem preservativos não está vinculado à falta de acesso", disse ao Página 12.

Créditos: http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticia/ARGENTINA+ACESSO+A+PRESERVATIVOS+PARA+CRIANCAS+DE+11+ANOS+NAS+ESCOLAS+GERA+POLEMICA+8206_14102.shtml

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