Abscessos, tumores, nódulos, pedras são palavras
Calcificadas, poemas sem vazão
Mesmo cravos pretos espinhas cabelo encravado
Prisão de ventre poderia um dia ter sido poema
Pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa
Palavra boa é palavra líquida
Escorrendo em estado de lágrima(…)”
MOSÉ, Viviane
Partindo do pressuposto que o homo sapiens, ou seja, o “homem que sabe”, precisa de alguma maneira justificar e/ou conhecer o mundo ou a morte, por exemplo, cria-se então a linguagem, um modo de comunicação onde existe diferentes modos de se manifestarem. Esse tipo de manifestação, logo, a linguagem, tem que ser aceita pelos integrantes de um determinado grupo onde aceitam essas representações; onde podemos dizer também que nasce a cultura.
O mito é uma das formas de linguagem utilizada para justificar a realidade, (daquela época/Grécia Antiga) como se fosse uma organização das experiências humanas; porém, hoje no pensamento contemporâneo é vista como inferior, pois, não é racional, visto que o pensamento pós-socrático baseia-se na razão. Portanto, o mito que na verdade teria que ser visto como um conceito, (visto que o pensamento atual visa fechar conceitos) de ampla e rica interpretação, e não só metáfora feita por pessoas “loucas”; é exatamente ao contrario, o nosso pensamento nos condiciona a achar um mito adjetivo de utopia, ou mesmo história falsa, porém, na verdade o mito são metáforas que daquela época ligavam as experiências com o mundo da arte, muito diferente do mundo de conceitos como é hoje.
O artista diferente dos cientistas e religiosos atribui significados ao mundo por meio de obras, artísticas, o que só podem ser interpretada, não utilizando conceitos (razão). Portanto, a vida em si, os recursos (objetos) para a arte, não são experimentados de uma mesma forma para os outros campos de pensamento; para Nietzsche um influente filósofo alemão, a vida sem a música não seria possível, logo o que ele quis dizer que a vida sem a arte seria um erro, a música era a preferência dele.
Assim, Nietzsche dizia também que os verdadeiros filósofos eram o pré-socrático, pois, não usavam a razão, como forma de pensamento, não buscavam verdades. Portanto o pensamento vindo da arte foi digamos “assassinado” pelas idéias de Platão e Sócrates com o mito da caverna que mais tarde foi adotado pelo cristianismo; passou daí não interpretar o mundo com a arte como mediação, e sim como a linguagem da razão, utilizando a idéia de que essa vida é um erro, e a outra seria paraíso.
Nietzsche defende a idéia de que nossa civilização é vitima de uma interpretação socrático-platônico do mundo; logo a religião onde agrada a sociedade de acordo com os interesses políticos sociais, por isso ele afirma a arte sendo mais verdadeira do que a ciência, e/ou a religião, pois a arte mente, mas ela assume sua mentira. Ela não tem o objetivo com ela de ser a dona da verdade.
Os seres humanos carregam consigo uma enorme capacidade de sentir, e uma mínima capacidade de suportar o que sente, por isso recorrem a “verdade” e até outros recursos que oferecem a sociedade capitalista (consumo, etc.). Por isso, o pensamento fechado em conceitos exclui, se fecham sendo aquilo e pronto, ao contrario da arte que abre para metáforas entre outros.
É, portanto, de extrema importância a arte, pois se as pessoas conseguirem adquirir essa capacidade de controlar, ou gritar através da arte seus sentimentos, ela não precisará mais de “verdades”, não precisará mais de consumo para suprir as necessidades.
Thais Muniz (4º período)
Aluna de História/ Faculdade Barretos
Aluna de História/ Faculdade Barretos
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