A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A homofobia na sala de aula

A discriminação contra homossexuais, ao contrário das de outros tipos, como as relacionadas ao racismo e a sexismo, é não somente mais abertamente assumida, em particular por jovens alunos, como também é valorizada entre eles. Essa constatação está na pesquisa Juventudes e sexualidade, realizada em 2004 pela Unesco, com 16.422 alunos, 3.099 educadores e 4.532 pais e mães de alunos, em escolas de 13 capitais do Brasil. O estudo, apesar de estar prestes a completar cinco anos, ainda serve como referência para as discussões acerca de um assunto quase proibido no ambiente escolar: a diversidade das orientações sexuais.

Os dados do levantamento evidenciam como se mantêm – e até mesmo se ampliam – os preconceitos e a homofobia na sociedade. Para se ter uma idéia, segundo a pesquisa, 25% dos alunos não gostariam de ter um homossexual entre seus colegas de classe, enquanto 35% dos pais e mães dos alunos não gostariam que seus filhos tivessem homossexuais como colegas de classe. A sondagem ainda apurou que 59,5% dos professores entrevistados afirmaram não ter informações suficientes para lidar com o tema da homossexualidade. Porém, nas entrevistas individuais, muitos disseram que prefeririam não tratar da questão em sala, ignorando qualquer tipo de diferença entre os alunos.
Com essa omissão, o preconceito e a discriminação são por vezes banalizados, o que transforma violências psicológicas ou mesmo físicas em meras “brincadeiras”. O tamanho da problemática também foi mapeado na pesquisa promovida pela Unesco. Ao serem solicitados a indicar as formas mais graves de violências, os jovens indicaram “bater em homossexuais” como um delito menos grave do que usar drogas e roubar. Neste “ranking das violências”, a agressão contra o homossexual ficou em último lugar em relevância.
“Isso evidencia claramente a relação entre homofobia e concepções de gênero, em especial de masculinidade. São nos estereótipos de gênero, dos comportamentos socialmente atribuídos a homens e mulheres, que têm origem as bases da homofobia”, explica um texto publicado na revista Diversidade Sexual na Escola, que vem sendo distribuída nas escolas do Rio de Janeiro. A revista integra um bem sucedido projeto desenvolvido em parceria entre o governo federal e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para combater a homofobia nas escolas do estado. “O ambiente escolar se constitui hoje um espaço de homofobia, sexismo e racismo. No caso dos homossexuais muitos expõem que a escola é sinônimo de sofrimento e desrespeito”, avalia Alexandre Bortolini, coordenador do Projeto Diversidade Sexual. Ele acrescenta que a escola é um dos espaços onde a sexualidade mais se manifesta, onde se produzem comportamentos e se estimulam ou se superam preconceitos.  (Continua)

Crédito: http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_materia.php?codMateria=6817

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