A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O “internetês” na escola

Vi, recentemente, um trecho de entrevista com um professor de português, até bastante conhecido por suas publicações sobre o bom uso da língua. No trecho que vi – infelizmente peguei só o final – o entrevistador dizia a ele que estavam querendo incluir nas aulas de português o estudo do “internetês” – aquele dialeto que os jovens usam em redes sociais, no MSN, nos celulares, chats, tudo abreviado de maneira que, às vezes, só eles entendem. E o professor respondeu que espera que isto não seja verdade, pois os estudantes já têm muita dificuldade com o uso da língua portuguesa como ela deveria ser falada e escrita, imaginem se institucionalizarmos o “internetês”, o completo abandono da gramática, levando essa liberalidade para a escola? Pois é. O conteúdo programático das nossas escolas de primeiro e segundo grau já não contempla as aulas de português com horas-aulas suficientes para ensinar a gramática e os professores ainda precisam embutir aí aulas de literatura e leitura. Há, na verdade, um projeto de lei aprovado pelo Senado que eleva de 800 para 960 horas a carga horária mínima anual para o ensino fundamental e também para o ensino médio, a partir de 2013. Mas há um outro projeto de lei aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) que faz outras mudanças no ensino médio, que podem invalidar essa elasticidade da carga horária. Então todo o trabalho – bom trabalho feito por alguns professores da escola pública – pode ser tolhido e jogado por terra com a abordagem de um modismo que ao invés de ajudar o ensino e o uso da língua, vai fazer justamente o contrário? É até natural que nossos jovens criem e usem uma linguagem própria deles para facilitar a interatividade com o uso de tantas novas tecnologias na comunicação, afinal a gíria existe há muito tempo, é um recurso linguístico válido. Mas isso não justifica que se leve uma sublinharem para a sala de aula, que se legalize uma forma de desestruturar as regras de bem escrever o português. Se misturarmos as coisas mais do que já estão misturadas, aí sim a língua portuguesa corre o risco de ficar muito mais comprometida e mudanças na ortografia, como a que tivemos recentemente, terão ainda menor importância ou necessidade do que na verdade já teve.

Crédito: http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3314286.xml&template=4187.dwt&edition=17134§ion=1192

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