Um empresário está causando polêmica na China com a publicação do seu livro, no qual defende a agressão física na educação infantil.
Xiao Baiyou, que já foi apelidado de pai-lobo, publicou em maio do ano passado um manual de educação para pais, intitulado inicialmente de 'Bata nos seus filhos até a Universidade de Pequim'.
Talvez por causa da polêmica, o livro saiu depois com o título 'Então, irmãos e irmãs na Universidade de Pequim'.
'Eu resolvi escrever o livro depois de muitos amigos dizerem que o jeito que educo meus filhos é inspirador', conta Xiao.
Três de seus filhos estudam na Universidade de Pequim - uma das instituições de maior prestígio na China -, o que ele entende como a prova de sucesso do seu método.
Xiao Baiyou, 48, é um homem de negócios de sucesso, trabalhando há mais de 15 anos no mercado imobiliário de Guangzhou, no sul da China.
Já esteve no Brasil duas vezes, adora futebol e mantém como plano de vida ter 12 netos com títulos de pós-graduação. Para isso ele foi educado e por isso ele faz do seu método a bíblia dos melhores pais da China.
'Eu sou o imperador da minha casa. Meus filhos fazem o que eu digo, e não tem reclamação', ensina.
As normas da casa de Xiao - que somam cerca de cem - vão desde como segurar um copo, cobrir-se com o cobertor, até o limite de uma única hora semanal de televisão. As regras também excluem atividades extra-curriculares e encontros com amigos.
'Se meus filhos não obedecem, eles apanham', diz o pai-lobo, que começou a bater em seus filhos aos três anos e parou quando eles tinham 12. Entre estas idades, acredita, as crianças 'são como animais, que precisam ser treinados, pois seu entendimento social não está completo'.
Linha dura
Com seu livro, Xiao engrossa o coro cujo tom foi estabelecido em janeiro de 2011 pela chamada Mãe-Tigre, Amy Chua, com seu livro 'Grito de guerra da mãe-tigre'.
A professora de Direito na Universidade de Yale colocou a China e os Estados Unidos em uma nova batalha por dominação mundial - a da educação. Sua hipótese é que a China conta com mais filhos prodígios por manter uma educação menos indulgente.
Descendente de chineses, Amy mora nos Estados Unidos há mais de duas décadas. Para ela, a vantagem da educação de estilo chinês sobre a de estilo americana é a luta pelo esforço pessoal e trabalho árduo na conclusão de tarefas.
'Filhos chineses não podem desistir', diz a descendente de chineses que mora nos EUA. Sua teoria causou tanto barulho que foi considerada pela revista americana Time como a 13ª pessoa mais influente do mundo.
Ainda que a polêmica criada em torno das histórias de Amy tenha sido 'mais negativa do que positiva em 2011', conforme a escritora, o sucesso de seu sistema educacional é, para ela, comprovado pela entrada da filha em grandes universidades.
No final do ano passado, a primogênita de Amy, Sophia, de 17 anos, foi aceita pelas universidades de Harvard e Yale.
De forma semelhante, o pai-lobo crê que são os sucessos dos filhos que comprovam suas teorias. Seu filho mais velho, Xiao Yao, de 23 anos, foi o que mais apanhou.
Suas irmãs mais novas, hoje com 21, 20 e 16 anos, eram obrigadas a ficar ao lado do irmão enquanto ele era punido.
'O mais velho tem de ser o exemplo para os mais novos', explica Xiao. 'E meus filhos cada vez mais acreditam na educação que receberam', ressalta.
Xiao atesta que seu método é a volta da educação tradicional chinesa, em oposição à educação ocidental que ele considera permissiva demais, e só poderia funcionar no Ocidente.
'As leis são diferentes, e as necessidades sociais também. Um país superpopuloso como a China precisa de seus truques na hora de formar profissionais competentes.'
Ocidente x Oriente
Na China, as opiniões são divididas tanto entre pai-lobo e mãe-tigre quanto entre os sistemas de educação do Oriente e do Ocidente em si.
No Weibo, microblog que emula o Twitter, proibido no país, o pai-lobo tem 3.455 fãs, enquanto Amy tem 9.136.
As críticas à educação com disciplina férrea, porém, são maiores. No site Douban, uma espécie de MySpace, a comunidade Antipais, criada em 2008, tem mais de 50 mil seguidores.
Casos de suicídio entre estudantes reportados pela mídia local elevaram as críticas contra a repressão na educação instituída na China, dentro e fora das casas, em que a agressão física não é proibida.
Só em dezembro de 2011 o governo municipal de Pequim anunciou a criação de uma lei que proíbe o uso de repressão física pelos professores em salas de aula.
Embora tanto a mãe-tigre quanto o pai-lobo defendam o rigor na educação, ambos diferem bastante entre si.
Em seu livro, Amy conta como forçou sua filha de sete anos Lulu a praticar uma canção no violino até executá-la com perfeição - sem pausas para jantar, tomar água ou ir ao banheiro.
A mãe-tigre jamais aceitou que suas filhas tirassem notas abaixo de A (a não ser em educação física e artes), namorassem, dormissem na casa de amigas ou assistissem à TV.
'A educação ocidental é muito liberal, mas tende a formar crianças mais criativas, mais interessantes. Procuro esse balanço ao propor um método de educação que une a restrição e o esforço chineses à criatividade', diz Amy.
Sobre a educação do pai-lobo, ela diz que a considera 'muito restritiva'. 'Sou contra a punição por agressão física em qualquer lugar. O pai-lobo é muito restritivo, controla todos os aspectos da vida de seus filhos. Isso jamais aconteceria nos EUA.'
Já o pai-lobo considera que os conceitos da educação da mãe-tigre, embora claramente oriundos da educação chinesa, foram amenizados pelo 'sistema legal americano, que monitora, através de leis, o tratamento das crianças em suas casas'.
'Acho que ela tem bons pontos, mas eles funcionam somente em comparação à sociedade ocidental', diz Xiao.
Mais em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/02/pai-lobo-defende-agressao-fisica-na-educacao-e-cria-polemica.html
A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"
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