A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A nova classe leitora

Maria josé Rodrigues, de 48 anos, e as amigas da associação de mães do Parque Santa Rita, na zona leste de São Paulo, descobriram que são o retrato da nova classe média – os 20 milhões de brasileiros que testemunharam, nos últimos dez anos, o avanço da renda e do crédito e agora são perfilados como classe C. Elas ganham de dois a quatro salários mínimos, têm cartões de crédito e três, quatro tevês. Mas há um item a mais nessa lista que aponta para uma ascensão social diferente, incomum a quem vem de famílias com pouca formação escolar. Elas leem. E compram os próprios livros. “Um dia eu ia comprar um cosmético, vi o livro no catálogo e me interessei”, diz Maria. Ela comprou o exemplar da revendedora que bateu na porta de casa, fenômeno recente que traduz uma nova situação para o mercado livreiro. O bairro dela não tem livraria. Quando a opção chegou tão perto, Maria aceitou. “O título me atraiu, sobre como lidar com pessoas difíceis. Era o que eu precisava. Então comprei.” Em um país onde a leitura é somente a quinta atividade de lazer nas pesquisas e três em cada quatro pessoas não vão a bibliotecas, a compra de Maria mostra que as coisas começam a mudar. Como o índice de leitura acompanha o aumento da educação formal, que caminha com a alta da renda, a leitura surge para esses novos consumidores. O número de livros lidos por habitante saltou de 1,8, em 2000, para 3,7, em 2007, segundo a pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, de 2008. O Brasil já é o 11º mercado de livros do mundo, de acordo com pesquisa divulgada nesta semana na Feira do Livro de Londres. E, segundo o mais recente levantamento da Fipe para a Câmara Brasileira do Livro, do ano passado, o mercado editorial cresceu 13,5% em volume de exemplares entre 2008 e 2009. Faturou quase o mesmo. Os livros é que estão mais baratos, graças à política de desoneração do governo e à queda do dólar. A demanda é óbvia: segundo a pesquisa, 43% dos que dizem ler livros são da classe C, mas só 48% deles compram livros. Na classe A, são 73%. Se os outros 52% da classe C passarem a comprar, a mágica está feita. O mercado já percebeu isso. A Paulus, por exemplo, lançou uma coleção de infantis a 5 reais,- em razão “do aumento da procura- por essa classe C”, segundo o presidente, Zolferino Tonon. Fora o boom de livros de bolso e edições mais simples que a maioria que as editoras tem lançado, de olho em gente com formação e renda cada vez mais sólidas. “Tome-se o universitário de faculdade barata: ele não vai comprar A Bíblia do Marketing, que custa 169 reais, mas, com certeza, vai comprar um livro para ajudar na carreira por 15 reais”, diz Ednil-son Xavier, presidente da Associação Nacional de Livrarias. (Continua)

Crédito: http://www.cartacapital.com.br/cultura/a-nova-classe-leitora

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