A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Volta às aulas: a vez da terceira idade

Se antigamente eram os jovens que se preparavam para a volta às aulas em fevereiro, hoje a história é outra. Os idosos têm cada vez mais interesse, tempo e disposição para se engajar em cursos e atividades culturais. Em São Paulo, o mês vai começar cheio de novas opções, pagas e gratuitas, para eles (conheça algumas abaixo). Neste ano, tem faculdade criando até núcleo específico de cursos para esse público.
Há currículos tanto de atividades específicas para essa faixa etária como também a possibilidade de frequentar aulas junto com os alunos regulares nas melhores universidades da capital. “Hoje, existe a perspectiva da educação ao longo da vida. Tempos atrás, a vida era compartimentada: a infância e a adolescência eram as épocas de se aprender e a velhice, de se aposentar”, diz a professora Meire Cachioni, do curso de Gerontologia da Universidade de São Paulo (USP).

Meire foi uma das responsáveis pela implantação do programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UnATI) na USP Leste, em 2006. Se, naquele ano, foram registradas 60 matrículas, hoje a unidade oferece mais de 500 vagas para idosos a cada semestre. No campus Butantã, a iniciativa existe desde 1993. Outras instituições públicas, como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), já abriram as portas para os mais experientes.
Faculdades particulares também têm olhado com bastante atenção para o público idoso. A Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), por exemplo, lança neste ano o Núcleo de Cursos para a Terceira Idade, com programação semestral que inclui aulas de Arte e Experiência Estética, Tecnologias da Informação e da Comunicação, além de Qualidade de vida na Maturidade.
De acordo com a psicóloga Valéria Lasca, coordenadora do núcleo, pesquisas indicam que existe um número significativo de idosos vivendo em bairros como Higienópolis e Santa Cecília, próximos à Faap. “Identificamos que seria interessante a faculdade oferecer à população de meia-idade um espaço de educação continuada. Com a inversão da pirâmide etária, é preciso proporcionar um envelhecimento digno, com programas voltados a essa faixa e coordenados por especialistas.”
A psicóloga destaca o novo perfil do idoso: “Hoje, existem pessoas que começam projetos de vida depois dos 60 anos. Resolvem aprender um novo idioma ou estudar informática, por exemplo.”
Outra opção voltada exclusivamente para esse grupo é a Faculdade Aberta para a Maturidade Ativa (Fama), fundada há mais de 20 anos. A diretora, Cristina Fogaça, mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), conta que a ideia para a criação do curso veio quando sua mãe, também educadora, chegou à terceira idade.
Diferentemente do que ocorre em outras faculdades, os alunos têm voz ativa na escolha das disciplinas. “Não há um currículo imposto. Apresento uma lista de opções de matérias, das quais eles escolhem oito por semestre”, explica. O currículo muda a cada nove semanas e não existe um período para se formar. Ninguém está ali para pegar um diploma e correr para o mercado de trabalho. O prazer de aprender é que motiva os alunos, alguns fieis à faculdade há 20 anos.
Apesar da seriedade das disciplinas, que incluem Geopolítica, Filosofia, História e Psicologia, a iniciativa ainda sofre preconceito. Segundo Cristina, alguns acham que, em uma faculdade voltada à terceira idade, as disciplinas só poderiam ser tricô, crochê e fofoca.
A professora aposentada Cleonice Arroio de Almeida, de 70 anos, prova o contrário. Ela estuda há 16 anos na Fama. Por quê? “Primeiro, é pelo relacionamento humano. Segundo, as aulas têm uma dinâmica muito boa para trabalhar a memória. Embora não faça provas, as aulas são muito participativas. Lá, você não é um simples ouvinte, é participante”, garante.

Mais em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,volta-as-aulas-a-vez-da-terceira-idade,829209,0.htm

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