A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Unificação curricular é avaliada por profissionais da Educação

O plano do Ministério da Educação (MEC) de elaborar um currículo nacional único para aEducação básica, anunciado pelo Governo, despertou reações por parte de pesquisadores e profissionais da área.

A iniciativa é recebida com cautela, já que o processo pelo qual esse currículo será definido e os mecanismos para torná-lo efetivo causam dúvidas e preocupações. Para os especialistas, um currículo nacional não pode ser "uma camisa de força" para diferentes realidades.
A coordenadora pedagógica do Instituto de Qualidade no Ensino (IQE), Maria Helena Braga, aponta que em muitas experiências de unificação curricular o que se vê não é resultado de consenso, de discussões democráticas, mas a prevalência do que algumas elites, sejam elas econômicas ou intelectuais, consideram ser a referência.
"Um grande exemplo disso verifica-se no ensino da História. A abordagem oficial, até há pouco tempo, eliminava as diferenças culturais, sociais e políticas entre os povos. Ensinava-se, ou ensina-se ainda, a história universal do ponto de vista das sociedades capitalistas europeias, cuja organização seria um ponto de chegada para todas as outras, tidas como "em atraso" no processo de desenvolvimento humano", acrescentou.
O Brasil já possui orientações para uma base curricular comum, mas os especialistas são unânimes ao afirmar que os documentos existentes são genéricos demais, causando uma grande variação nos conteúdos ensinados aos alunos em todo o país.
A discussão da unificação do currículo teve início com a lei de diretrizes e bases 5.692/71 que determinava a grade de disciplinas e os conteúdos a serem abordados.
"Acabou tornando-se uma "camisa de força" que, com outros dispositivos, padronizava o funcionamento escolar de forma a retirar a autonomia necessária à Educação de pessoas que, por características individuais e culturais, são obviamente diferentes.
Não levava em conta os procedimentos individuais de aprendizagem e, muito menos, as características regionais. Foi uma experiência antidemocrática para as escolas e sistemas educacionais", destacou a coordenadora do IQE.
Maria Helena Braga pondera lembrando que os currículos nacionais representam um grande avanço, mas pontua que qualquer tentativa de unificação deve empreender todos os esforços para que as diferentes vozes sejam ouvidas e analisadas.
"Saber com profundidade sobre vegetação é muito mais fundamental para a vida dos habitantes da Amazônia, do que aos moradores de uma grande metrópole, por exemplo", pontua.
Dessa forma, os estudantes não seriam os únicos diretamente atingidos pela unificação. Segundo a coordenadora da entidade que atua no Piauí, a formação dos docentes, assim como as condições de trabalho dos professores, precisa ser rediscutida.
Isso porque, de acordo com ela, qualidade no ensino requer muito mais do que unificação do currículo. "Ter domínio do conteúdo que se ensina e das estratégias didáticas para que o aluno aprenda, sem o que não há ensino efetivo, são pressupostos básicos. São condições necessárias, mas não suficientes", ressalta.
Aspectos infraestruturais como, quantidade adequada de alunos em sala de aula e condições de trabalho aos professores também são necessários.

Mais em: http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/21240/unificacao-curricular-e-avaliada-por-profissionais-da-educacao/

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