A Faculdade Barretos, juntamente com o coordenador do Curso de Licenciatura em História da Faculdade Barretos, dão as Boas Vindas a todos os alunos para o ano letivo de 2012! Sejam Bem Vindos!
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A "meritocracia" do ensino paulista

Sem reajuste salarial desde 2005 e descontentes com os critérios usados para o pagamento da chamada “bonificação por resultados”, professores das escolas técnicas (Etecs) e faculdades de tecnologia (Fatecs) do estado de São Paulo ameaçam entrar em greve a partir de maio. De acordo com Silvia Elena de Lima, secretária-geral do Sinteps, o sindicato da categoria, a proposta tem sido debatida em assembleias regionais nas mais de 200 unidades da rede. Caso seja aprovada, a paralisação começaria em 13 de maio. “Nossa última greve, em 2004, durou 80 dias. Foi graças a ela que conseguimos reajuste no ano seguinte”, avalia. “De lá para cá, o governo tem usado a bonificação como desculpa para não mexer nos salários. Só que os critérios desse bônus são confusos e punem o professor por aspectos que não dependem dele.” Entre 2000 e 2006, o governo paulista oferecia o chamado “bônus mérito” para estimular a atividade docente. O pagamento premiava, na verdade, professores assíduos, com mais tempo de casa e bem avaliados pelos gestores das escolas. A partir de 2007, o sistema foi substituído pela bonificação por resultados, que passou a agregar critérios de produtividade, como a aprovação dos alunos e a evasão escolar. Além disso, criou-se o Sistema de Avaliação Institucional, no qual alunos, professores e funcionários respondem a um extenso questionário para avaliar a qualidade de ensino e as condições de infraestrutura das unidades. “O governo tem todo o interesse de que o número de formandos seja o maior possível, porque a repetência gera mais gastos para o sistema”, afirma Antonio Pereira Afonso, diretor interino da Etec Getúlio Vargas, na zona sul de São Paulo. “Por trás dessa política de bonificação, há, porém, uma estratégia de ‘forçação de barra’, de aprovar aluno a qualquer custo, mesmo que ele não tenha desempenho satisfatório. Além disso, a evasão escolar e o déficit de aprendizagem não dependem apenas do docente. Normalmente estão associados a outros fatores externos à escola, como problemas familiares ou necessidade de trabalhar.” Em 2011, os professores da Etec Getúlio Vargas tiveram um bônus de 2,4 salários, índice muito superior ao oferecido nos últimos dois anos, quando os docentes receberam menos de um salário a título de bonificação. O que mudou? “De fato, podem ter -contribuído os mutirões feitos por professores na tentativa de recuperar alunos irrecuperáveis. Mas, na prática, isso também se deve ao acaso. Menos alunos desistiram dos cursos”, avalia Afonso.  (Continua)

Crédito: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-meritocracia-do-ensino-paulista

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