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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Repetência e evasão, males do ensino no Brasil


O vendedor Yohann Moura parou de estudar no ano passado, ainda na 1ª série do ensino médio. Aos 19 anos, ele é o retrato de um dos desafios da educação brasileira: reduzir a repetência e a evasão, garantindo que mais jovens concluam o ciclo básico. Num país onde quase todas as crianças têm acesso à escola, menos da metade consegue, na idade prevista, terminar os ensinos fundamental e médio. A última Pnad (2009), do IBGE, revela o abismo que se cria nas salas de aulas. De cada cem crianças na faixa de 7 anos, 98 frequentavam a escola. Mas, quando se olha para os jovens de 15 anos - idade em que todos já poderiam ter concluído o ensino fundamental - só 47% chegaram lá. Ou seja, a maioria que consegue terminar o ciclo, o faz acima da idade prevista. No caso do ensino médio, é ainda pior: apenas 37% da população de 18 anos tinha o certificado de conclusão. O matemático e consultor em educação Ruben Klein tabulou os microdados da Pnad. Aos 16 anos, 63% dos brasileiros haviam completado a 8.ª série; aos 18 anos, 75%. Mesmo aos 20 anos, só 79,2% tinham terminado o ensino fundamental. Ou seja, um quinto dos jovens nessa faixa etária (20,8%) não havia concluído o fundamental. - É por isso que eu digo que o ensino fundamental não está universalizado - afirma Klein. Desde 1999, mais de 95% das crianças de 7 anos estão matriculadas na escola. Esse índice chegou a 97%, em 2004, e, desde 2008, está em 98%. O afunilamento à medida que os anos passam é resultado da repetência e da evasão, que já foi maior. Em 2009, 14,8% dos alunos de ensino fundamental não passaram à série seguinte, por causa de reprovação e abandono - nada menos do que 4,6 milhões de estudantes. A realidade foi pior no ensino médio: 24,1% dos jovens (1,9 milhão). O desafio dos educadores é tornar a escola atrativa Não é à toa que, mesmo entre os jovens de 19 anos, somente 50,2% tinham concluído o nível médio, em 2009. Na faixa dos 20 anos, só 55%. O levantamento de Ruben Klein mostra que esse índice estava em 35%, em 2001. O vendedor Yohann trabalha numa loja de móveis, em Nova Iguaçu. Ele conta que repetiu a 6ª e a 7ª séries. E reclama que os conteúdos não tinham relação com o seu dia a dia: - Sei que estudar é importante, às vezes penso em voltar, mas a verdade é que não tenho mais ânimo. Depois que comecei a trabalhar, passei a depender do dinheiro. (Continua)

Crédito: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/2/repetencia-e-evasao-males-do-ensino-no-brasil

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