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"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Escolas deveriam atuar em rede no combate ao uso de drogas por adolescentes

Trabalhar em rede é a melhor estratégia de prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes. “A escola deve tratar o tema e expandir para suas pontas de contatos, como igrejas, projetos sociais, postos de saúde e, claro, a família”, afirmou a secretária nacional de Políticas Antidrogas (Senad), Paulina Duarte, em evento realizado na última semana, em São Paulo (SP).

Em 2010, o álcool foi a droga mais consumida entre os estudantes das redes pública e particular: 42,4% dos alunos ingeriram bebida alcoólica pelo menos uma vez no ano. A informação é da última pesquisa da Senad em parceria com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas, feita com mais de 50 mil alunos das 26 capitais e o Distrito Federal.
Já sobre o consumo de drogas ilícitas, de acordo com o estudo, houve diminuição. O crack, por exemplo, foi utilizado por 0,4% dos estudantes em 2010, contra 0,7% em 2004. A exceção ficou por conta da cocaína, que passou a ser consumida por 1,9% dos jovens no último ano – levantamento anterior mostrou que 1,7% dos estudantes haviam usado a droga.
“Mesmo com a diminuição, não podemos ficar tranquilos. Temos que intensificar as ações”, acredita Paulina. “A atuação deve ocorrer em duas perspectivas: responsabilidade compartilhada e feita de uma forma pragmática, sem demonizar o assunto e nem banalizar”, completou.
Para o psiquiatra e diretor do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dartiu Xavier, um programa de prevenção nas escolas não pode abordar o tema em palestras de forma repressiva.

“O jovem que já experimentou ou tem um amigo que usa drogas não acredita em abordagem alarmante feita de forma costumeira, podendo até ocorrer efeito contrário e instigar o uso, justamente porque você está falando com uma população que tem necessidade de transgressão”, explicou ele.
Segundo o psiquiatra, é necessário partir para uma política de prevenção na linha da redução de danos. “Abordar o jovem para se caso experimente a droga, ele tenha mecanismos de proteção para não se tornar um dependente.”
“A atual gestão do Ministério da Saúde é pró-redução de danos, que cientificamente vem se provando mais eficiente. Já se tem evidência de que o modelo repressivo-carcerário não funciona para dependência nenhuma”, afirmou.
Os especialistas analisam que a escola começou a assumir o uso de drogas por jovens, até mesmo dentro de suas dependências, apenas recentemente e, então, a falar sobre o assunto. Para Xavier, o adolescente está exposto precocemente ao uso do álcool e outras drogas e, por isso, é necessário falar sobre o assunto. “Quanto mais uma sociedade puder conversar, pode-se minimizar o risco de uma dependência.”

“Negar que existe drogas é ignorar o problema. Fingir que não está ali acontece por medo e desconhecimento do que fazer. Educadores devem ter como alvo o aluno, a família e a própria escola. Mas nós devemos capacitá-los”, apontou Paulina.
Responsável por coordenar e articular políticas sobre drogas, a Senad tem realizado cursos à distância, em parceria com o MEC, para capacitar escolas públicas no desenvolvimento de ações de prevenção contra o uso de drogas. Quatro edições da medida, realizadas entre 2004 e 2011, formaram 75 mil educadores no país.
Também, discussões têm acontecido para a implementação de cursos técnicos em parceria com Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica (IFETs) na linha da formar profissionais para atuarem na prevenção.
Apesar das políticas, Paulina admite que ainda tem muito trabalho pela frente. No Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, não há cobertura suficiente para o tratamento de pessoas dependentes. Faltam vagas para internações e atendimento psicossocial.

Internação compulsória


Os melhores tratamentos são aqueles que as pessoas estão motivadas a fazê-lo, segundo Paulina. Xavier citou pesquisas que revelam que a taxa de recaída é muito alta entre as pessoas internadas compulsoriamente, podendo chegar a 98%. “Obrigar a pessoa é muito complicado e não necessariamente ela é uma dependente”, afirmou.
Mesmo em condições de concordância do usuário para o tratamento, os números são preocupantes. “O tratamento tem uma taxa de 30% que realmente deixam a droga; 70% não conseguem. Isso nos melhores serviços de tratamento do mundo”, alertou o psiquiatra.

Créditos: http://portal.aprendiz.uol.com.br/2011/08/09/escolas-deveriam-atuar-em-rede-no-combate-ao-uso-de-drogas-por-adolescentes/

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