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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Ex-colegas mostram como Wellington sofria com o bullying

Wellington Menezes de Oliveira morreu solitário. Passou parte de sua vida escolar assim. A exceção era a companhia de um amigo chamado Bruno. A amizade gerou comentários maldosos. O atirador de Realengo não escapou dos preconceitos e dos ataques dos colegas. Era a brincadeira das garotas que mais irritava e magoava o estudante. Nesta quinta-feira, Wellington voltou à escola e matou 10 meninas e dois meninos. Os depoimentos de ex-colegas da escola de Ensino Fundamental Tasso da Silveira mostram que o assassino era vítima de bullying. Os ataques pioraram a partir do 7º ano. Thiago Costa da Cruz, 23 anos, assessor cultural, estudou da 5ª à 8ª série com Wellington. Ele afirma que o colega era introvertido e "rejeitado pela turma". A pressão era tão grande que, segundo dizem, ele teria feito uma lista com o nome daqueles que mataria. "A gente brincava e dizia que estaríamos nela", lembra. Apesar da crueldade constante dos colegas, Thiago afirma que Wellington nunca chorou ou reclamou. "Pelo contrário, ele ria com os meninos". Segundo Thiago, Wellington não tinha problemas com os estudos até o último ano, quando não conseguiu aprovação. "Ele tinha um grande amigo, o Bruno. Os dois andavam juntos. Eram os únicos rejeitados", conta. "Eles eram estranhos mesmo, nada sociáveis. Para nós, adolescentes idiotas, a aparência contava muito e eles não se encaixavam", avalia. Thiago afirma que Wellington se vestia como os demais, mas sempre andava de cabeça baixa. "Ele só não passava desapercebido quando era zoado". A amizade entre os jovens rejeitados chamou atenção da turma. "Começou a rolar um boato de que eles eram gays, mas hoje percebo que eles deviam ser virgens. Até um professor falou para nós que estava preocupado com a relação deles", disse Thiago. As agressões de conotação sexual também partiam das meninas. "Elas fingiam que davam bola para eles. Simulavam que iam ficar com ele e depois mandavam ele ir embora. Tudo para ridicularizá-los", afirma. O assessor cultural conta que em uma ocasião Wellington saiu da sala e foi até o banheiro para dar socos em uma parede. "O repúdio das garotas era tão forte que hoje sinto nojo das coisas que elas faziam", afirma. Josemar Sebastião Telles, desempregado, foi colega de classe de Wellington e Thiago. "Ele era muito excluído. A galera sacaneava ele por conta do jeito esquisito", afirma. Bruno, o único amigo de Wellington, também sofria bullying. Mas reagia de forma diferente. "Chamavam o Bruno de gay, diziam que ele era namorado do Wellington. Mas ele não parecia ter a mesma raiva do Wellington". Outra colega, Gabriela Santos Moreno, 23 anos, estudou com ele na 5ª série do Ensino Fundamental. "Não tinha nada de anormal. Ele tinha alguns apelidos, mas não era nada demais. Naquela época isso era comum", afirma. O rendimento escolar dele também era satisfatório. "Ele tirava as notas na média. Não ficou de recuperação nem de prova final", relembra. Ao receber a notícia, Gabriela não pôde acreditar que se tratava dele. "Até hoje moramos perto da escola. Meu pai foi comprar pão e quando voltou comentou sobre a confusão em volta da nossa escola. Não pude acreditar quando vi o nome dele", afirma. A diretora da escola Madre Teresa de Calcutá, também situada em Realengo, disse que Wellington não possuía nenhuma observação em sua ficha estudantil no ensino médio. Nem de cunho comportamental, nem pedagógico. De acordo com informações repassadas pela professora à Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, o estudante não teve nenhum problema de repetência no últimos três anos de sua formação e era bom aluno. Wellington estudou na escola até 2006, quando se formou.

Credito : http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=4873

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