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"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem. (Bertold Brecht)"

terça-feira, 31 de maio de 2011

DPU quer recolher livro que defende fala coloquial

A Defensoria Pública da União no Distrito Federal (DPU-DF) entrou com uma ação na Justiça Federal para que sejam recolhidos das escolas públicas os 485 mil exemplares do livro "Por uma Vida Melhor". A obra defende que o uso da língua coloquial - ainda que com seus erros gramaticais - é válido na tentativa de estabelecer comunicação.

"Você pode estar se perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?'. Claro que pode", diz um trecho. Segundo o livro, caso deixem de lado a norma culta, os alunos podem sofrer "preconceito linguístico". "Fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas".

Para o defensor público federal Ricardo Salviano, questões de sociolinguística não devem ser discutidas dentro da sala de aula. "Escola é lugar onde se deve ensinar a norma culta. Se você diz que falar errado é aceitável, está prestando um desserviço à sociedade", critica.
Uma comissão formada por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou "Por uma Vida Melhor". Ao todo, 4.236 escolas escolheram o livro, a partir de informações que constavam no Guia do Livro Didático. "Quem define as políticas públicas educacionais é o MEC, que tem responsabilidades, sim, sobre qualquer material encaminhado às escolas e financiado com verba federal", afirma Salviano.
Na semana passada, o ministro da Educação Fernando Haddad disse que houve "uso político" do episódio. "A quase totalidade das pessoas que criticaram o livro não o leram. Fazer uso político para atacar o Ministério e colocar essa profissional (Heloisa Ramos, uma das autoras) numa situação completamente injusta não me parece o caminho mais adequado pra discutir educação", disse Haddad. O MEC não pretende recolher o livro.

Créditos: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2011/05/30/dpu-quer-recolher-livro-que-defende-fala-coloquial.jhtm

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