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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Presença de Collor constrange, dizem historiadores

Ao ser informado sobre o comentário do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de que o impeachment de Fernando Collor foi um "acidente" e, por isso, não faria parte dos fatos históricos exibidos no corredor da Casa conhecido como "túnel do tempo", o cientista político Luiz Werneck Vianna ironizou: "Foi um acidente? Então vai ser corrigido?" Parecia antever que, poucas horas depois, Sarney voltaria atrás e mandaria acrescentar o episódio na exposição permanente.

Esclarecido de que o "acidente" apontado por Sarney foi o impeachment, e não a omissão, o professor e pesquisador da PUC-Rio lamentou: "Não lidamos criticamente com a nossa história. Temos um instrumental de apagar o retrato das pessoas indesejáveis e devolver para a vida em outra circunstância".
Werneck citou que também "foi esquecida a era Vargas, e depois recuperada". Para o cientista político, a presença de Collor no Senado, depois de eleito em 2006, "deve ter sido determinante" para a opção de apagar o impeachment do rol de momentos marcantes da história. "A culpa não é tanto do Sarney, mas de quem o devolveu à ribalta: os partidos e o voto", afirmou.

Professor da pós-graduação em história social da UFRJ, o pesquisador Carlos Fico viu uma atitude "de muita condescendência e pouca fibra" na omissão do impeachment. "Sarney foi uma das pessoas mais humilhadas pelo Collor. O Senado não deveria se envergonhar, mas se orgulhar desse episódio (o impeachment)."
"A atitude foi completamente equivocada. No impeachment, não só o gesto em si foi importante. Revelou a indignação da sociedade contra a corrupção e mostrou que, depois da ditadura, tínhamos uma democracia relativamente bem estruturada que foi capaz de suportar o afastamento do presidente", diz o historiador. Carlos Fico não tem dúvida de que a decisão de esconder o impeachment "se deve ao desconforto com a presença do senador Collor".
Cara-pintada. Líder do movimento dos caras-pintadas e presidente da UNE na ocasião do impeachment, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comentava o "grande erro de Sarney e da equipe" por retirar o fato histórico do "túnel do tempo" quando foi informado de que o presidente da Casa tinha mandado incluir na galeria o registro da cassação do ex-presidente.

Créditos: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,presenca-de-collor-constrange-dizem-historiadores,726336,0.htm

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